Escrito por:
Publicado em:
Este padrão foi desenvolvido por Connirae e Steve Andreas, juntamente com os participantes de um seminário intensivo de seis dias, realizado em Março de 1990. Ele é útil para qualquer pessoa que esteja com raiva ou ressentida, principalmente se for uma situação duradoura e se o indivíduo que praticou a ofensa já tenha falecido ou se retirado da vida da pessoa. O esquema desse padrão pressupõe considerável treinamento em PNL, particularmente em submodalidades e mudança (e alinhamento) de posições perceptivas.
Significado Geral. O objetivo deste padrão é trazer paz e solução à pessoa que está sentindo raiva ou ressentimento. Perdoar os outros (ou a si próprio) não significa aceitar o comportamento que nos prejudicou (ou prejudicou a outros), nem a renúncia aos valores que foram violados. Uma parte importante do padrão consiste em reafirmar seus próprios valores e critérios e usá-los para desenvolver maneiras de lidar com eles, com recursos. A solução e integração trazidas pelo perdão tornará mais fácil a tomada de atitude para manter seus valores e padrões no futuro.
- Ressentimento/Raiva. Identifique a pessoa e o incidente que o faz permanecer com raiva ou ressentido, em relação aos quais você gostaria de chegar a um sentimento de perdão e solução. Verifique de que maneira você pensa sobre essa pessoa ou incidente agora. (Calibre as respostas não verbais do cliente).
- Perdão. Identifique uma experiência de perdão que você teve no passado. Existem duas escolhas principais para esta experiência de recursos:
a) Uma vez você ficou ressentido com alguém, mas quando pensa nessa pessoa agora, tem um sentimento de perdão e compaixão.
b) Alguém o prejudicou e você o perdoou imediatamente, porque reconheceu que ele o prejudicou acidentalmente, ou que estava fazendo o melhor que podia, etc. Por exemplo, uma criança o machucou, e você instantaneamente reconheceu que ela não podia agir de modo diferente, ou compreender as consequências daquilo que fez. (Calibre as respostas não verbais do cliente).
-
Análise contrastante. Compare as experiências dos passos 1. e 2. para determinar as diferenças de submodalidades entre as duas, particularmente a localização.
-
Teste as diferentes submodalidades. Uma de cada vez, mude as submodalidades a respeito da experiência de ressentimento/raiva, para torná-la semelhante à experiência de perdão. Verifique quais submodalidades são os "impulsionadores" mais poderosos para mudar o ressentimento/ raiva em perdão. (Tipicamente, a localização será a mais forte).
-
Verifique a Ecologia. "Alguma parte de você tem objeção a perdoar essa pessoa?" As objeções mais comuns são de dois tipos:
-
Significado. O perdão significaria concordar com o comportamento prejudicial que violou os valores e padrões da pessoa, ou algo sobre o próprio cliente, por exemplo, que ele é um tapado, etc. Ressignifique
-
O perdão eliminaria uma função positiva, por exemplo, evitar a repetição de tal evento. Separe a função positiva da raiva ou do perdão, e ofereça respostas comportamentais específicas para realizar essa função protetora sem necessidade de zangar-se.
* Satisfaça todas as objeções – pelo menos condicionalmente – antes de passar para o passo 7.
-
-
Passe para "Outra" Posição. Primeiro fique na posição de observador, a fim de observar a si próprio e a pessoa que o "prejudicou" de fora, no contexto em que você foi prejudicado. Depois entre na outra pessoa, notando o que você pode aprender de novo sobre a experiência dela. Que informações adicionais você conseguiu sobre a maneira como essa pessoa vê, ouve, sente, e compreende os eventos? (Isso será muito mais fácil e mais efetivo após o alinhamento das posições perceptivas.) "Você se dá conta de que esta pessoa (e você mesmo) estava fazendo o melhor que podia nessa situação, considerando suas experiências anteriores, conhecimento limitado, ou motivação, etc.?" Certifique-se de que essa pressuposição está presente.
-
Transforme o Ressentimento/Raiva em Perdão. Faça isso "mapeando" todas as submodalidades, iniciando com os impulsionadores mais poderosos identificados no passo 4. (Muitas vezes, a mudança de lugar pode ser suficiente). À medida que você faz isso, seja sensível a todas as objeções emergentes, ou relutância, e satisfaça-as antes de continuar.
-
Teste. "Pense na pessoa contra a qual você tinha ressentimento/raiva. Como se sente em relação a ela, agora?" Calibre as respostas não verbais, comparando com aquilo que você observou previamente, nos passos 1. e 2. Geralmente, agora o incidente que o prejudicou pertence ao passado, enquanto a pessoa que foi perdoada está no presente e/ou futuro, e com um sentimento de neutralidade ou compaixão.
-
(Opcional) Generalização na Linha do Tempo. Se a pessoa teve muitas experiências de ressentimento/raiva, poderá ser útil fazer a experiência de saber como perdoar, entrar na linha do tempo, depois voltar na linha do tempo antes dessas experiências de ressentimento e raiva terem ocorrido. Deixe-se andar no tempo até o presente, enquanto seu inconsciente transforma essas experiências. Esse processo de "re-escolha" pode ter um impacto dramático sobre um grande número de experiências passadas e também instalar o perdão como uma capacidade "através do tempo" que vem a tornar-se parte do sentido de si mesma da pessoa, no presente e no futuro (como no "Destruidor de Decisões").
Publicado na Anchor Point, Maio de 1999.
Publicado no Golfinho nº60 janeiro/2000.
Trad. Hélia Cadore