O Padrão do Perdão

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qua, 15/11/2000

Este padrão foi desenvolvido por Connirae e Steve Andreas, juntamente com os participantes de um seminário intensivo de seis dias, realizado em Março de 1990. Ele é útil para qualquer pessoa que esteja com raiva ou ressentida, principalmente se for uma situação duradoura e se o indivíduo que praticou a ofensa já tenha falecido ou se retirado da vida da pessoa. O esquema desse padrão pressupõe considerável treinamento em PNL, particularmente em submodalidades e mudança (e alinhamento) de posições perceptivas.

Significado Geral. O objetivo deste padrão é trazer paz e solução à pessoa que está sentindo raiva ou ressentimento. Perdoar os outros (ou a si próprio) não significa aceitar o comportamento que nos prejudicou (ou prejudicou a outros), nem a renúncia aos valores que foram violados. Uma parte importante do padrão consiste em reafirmar seus próprios valores e critérios e usá-los para desenvolver maneiras de lidar com eles, com recursos. A solução e integração trazidas pelo perdão tornará mais fácil a tomada de atitude para manter seus valores e padrões no futuro.

  1. Ressentimento/Raiva. Identifique a pessoa e o incidente que o faz permanecer com raiva ou ressentido, em relação aos quais você gostaria de chegar a um sentimento de perdão e solução. Verifique de que maneira você pensa sobre essa pessoa ou incidente agora. (Calibre as respostas não verbais do cliente).
  2. Perdão. Identifique uma experiência de perdão que você teve no passado. Existem duas escolhas principais para esta experiência de recursos:

    a) Uma vez você ficou ressentido com alguém, mas quando pensa nessa pessoa agora, tem um sentimento de perdão e compaixão.

    b) Alguém o prejudicou e você o perdoou imediatamente, porque reconheceu que ele o prejudicou acidentalmente, ou que estava fazendo o melhor que podia, etc. Por exemplo, uma criança o machucou, e você instantaneamente reconheceu que ela não podia agir de modo diferente, ou compreender as consequências daquilo que fez. (Calibre as respostas não verbais do cliente).

  3. Análise contrastante. Compare as experiências dos passos 1. e 2. para determinar as diferenças de submodalidades entre as duas, particularmente a localização.

  4. Teste as diferentes submodalidades. Uma de cada vez, mude as submodalidades a respeito da experiência de ressentimento/raiva, para torná-la semelhante à experiência de perdão. Verifique quais submodalidades são os "impulsionadores" mais poderosos para mudar o ressentimento/ raiva em perdão. (Tipicamente, a localização será a mais forte).

  5. Verifique a Ecologia. "Alguma parte de você tem objeção a perdoar essa pessoa?" As objeções mais comuns são de dois tipos:

    1. Significado. O perdão significaria concordar com o comportamento prejudicial que violou os valores e padrões da pessoa, ou algo sobre o próprio cliente, por exemplo, que ele é um tapado, etc. Ressignifique

    2. O perdão eliminaria uma função positiva, por exemplo, evitar a repetição de tal evento. Separe a função positiva da raiva ou do perdão, e ofereça respostas comportamentais específicas para realizar essa função protetora sem necessidade de zangar-se.

      * Satisfaça todas as objeções – pelo menos condicionalmente – antes de passar para o passo 7.

  6. Passe para "Outra" Posição. Primeiro fique na posição de observador, a fim de observar a si próprio e a pessoa que o "prejudicou" de fora, no contexto em que você foi prejudicado. Depois entre na outra pessoa, notando o que você pode aprender de novo sobre a experiência dela. Que informações adicionais você conseguiu sobre a maneira como essa pessoa vê, ouve, sente, e compreende os eventos? (Isso será muito mais fácil e mais efetivo após o alinhamento das posições perceptivas.) "Você se dá conta de que esta pessoa (e você mesmo) estava fazendo o melhor que podia nessa situação, considerando suas experiências anteriores, conhecimento limitado, ou motivação, etc.?" Certifique-se de que essa pressuposição está presente.

  7. Transforme o Ressentimento/Raiva em Perdão. Faça isso "mapeando" todas as submodalidades, iniciando com os impulsionadores mais poderosos identificados no passo 4. (Muitas vezes, a mudança de lugar pode ser suficiente). À medida que você faz isso, seja sensível a todas as objeções emergentes, ou relutância, e satisfaça-as antes de continuar.

  8. Teste. "Pense na pessoa contra a qual você tinha ressentimento/raiva. Como se sente em relação a ela, agora?" Calibre as respostas não verbais, comparando com aquilo que você observou previamente, nos passos 1. e 2. Geralmente, agora o incidente que o prejudicou pertence ao passado, enquanto a pessoa que foi perdoada está no presente e/ou futuro, e com um sentimento de neutralidade ou compaixão.

  9. (Opcional) Generalização na Linha do Tempo. Se a pessoa teve muitas experiências de ressentimento/raiva, poderá ser útil fazer a experiência de saber como perdoar, entrar na linha do tempo, depois voltar na linha do tempo antes dessas experiências de ressentimento e raiva terem ocorrido. Deixe-se andar no tempo até o presente, enquanto seu inconsciente transforma essas experiências. Esse processo de "re-escolha" pode ter um impacto dramático sobre um grande número de experiências passadas e também instalar o perdão como uma capacidade "através do tempo" que vem a tornar-se parte do sentido de si mesma da pessoa, no presente e no futuro (como no "Destruidor de Decisões").

Publicado na Anchor Point, Maio de 1999.
Publicado no Golfinho nº60 janeiro/2000.
Trad. Hélia Cadore

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