Você é viciado em suas limitações?

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qua, 01/05/2019

Você se identifica com a sua bagagem emocional? Discute e luta por ela quase como um viciado? Eu sou professor há mais de vinte anos, e conheci pessoas que fazem exatamente isso. Elas o fazem mesmo quando houver uma possibilidade da própria pessoa melhorar ao se libertar dessa energia e ficar livre dela. Por que alguém faria isso?

Você sabe que é viciado na sua bagagem quando parece que muitas das suas conversas o levam a falar sobre os momentos negativos, ao invés dos positivos. Vou dar alguns exemplos. Você saiu com seus amigos e, logo, a conversa vai para como você poderia ter feito muito mais com a sua vida, ou como o seu (ou sua) ex é a fonte de todo o mal.

Como Doutor em Psicologia, eu percebo a importância da “exposição emocional", que é uma maneira elegante de dizer "deixa sair em vez de guardar". E, como todo ser humano, eu também comecei conversas com uma discussão sobre como as coisas dão errado em vez de darem certo. No entanto, há um ponto em que o "deixar sair" como forma de desabafar acaba, e você está simplesmente viciado naquilo que a bagagem faz por você.

Vamos verificar se a sua bagagem emocional é seu vício:

1. Você procura liderar com a sua dor?

2. Quando confrontado com a possibilidade de deixar sair, você defende o seu lado?

3. Se alguém está compartilhando um momento de dor ou um tempo difícil, você se sente forçado a “subir o nível” e contar uma história ainda pior sobre algo que lhe aconteceu?

4. E, lamentavelmente, se alguém compartilhou alguma coisa positiva, você compartilha alguma negativa com a ideia de que você está "guardando-a de verdade"?

Agora, pergunte-se: "Eu estou me beneficiando dessa bagagem?" ou "Essa bagagem está obtendo algum benefício de mim?"

A bagagem emocional é simplesmente uma energia retida numa situação não resolvida que ocorreu no passado. Talvez seja raiva ou medo que você está retendo. Também poderia ser uma crença limitante, como: "Eu não sou digno de sucesso". Tenho visto pessoas que têm medo de fracassar e que se autossabotam em momentos críticos de suas vidas. Em muitos desses casos, mesmo que a pessoa esteja desesperada para largar a bagagem e se livrar dela, ela lutará e se agarra nela, porque isso lhe dá um benefício – ela encontra conforto no padrão de pensamento previsível.

Isso pode parecer loucura, mas até você perceber que, estando livre da bagagem, você basicamente acaba com todas as suas desculpas e, por isso, terá que assumir a responsabilidade pelos seus resultados. Vamos explorar como isso acontece e como criamos a nossa bagagem.

Ocorre uma coisa “ruim” e você não sabe como lidar com ela. Em vez de simplesmente deixar isso para lá, você enterra essa coisa profundamente no seu inconsciente. "Eu vou lidar com isso mais tarde" é algo que eu ouço, repetidamente. Às vezes você lida com ela mais tarde, mas muitos na nossa sociedade não o fazem. Você começa a acumular mais e mais bagagem emocional, até que ela se torna tão pesada que o sobrecarrega e impede que você realize seus sonhos.

Algumas pessoas começam a se identificar mais com a bagagem do que com elas. É quando você sabe que chegou ao extremo. Torna-se a "história" dela. Torna-se a coisa com a qual elas lideram. Todos nós já encontramos pessoas que começam a lhe contar sobre os maus momentos antes mesmo de conhecê-lo! Você acabou de descobrir o nome dela e ela começou a lhe contar sobre como as coisas andam ruins.

Nós também achamos isso quando estamos compartilhando uma experiência positiva, ou dizendo o quão incrível as coisas estão indo. Então a pessoa com quem estamos conversando, que é viciada na bagagem dela, fará questão de querer “ser realista”, dizendo tudo o que poderia dar errado. Lembro do meu filho compartilhar uma história em uma reunião sobre como as coisas estavam indo bem no ensino médio e como tudo era incrível, apenas para que um adulto o interrompesse e aproveitasse para salientar que isso poderia ser apenas temporário, e aí continuou a relembrar sobre como a escola secundária tinha sido horrível para ele. A história continuou por algum tempo, e meu filho simplesmente ficou lá ouvindo. Esse adulto ficava dizendo: "Eu só não quero que você fique desapontado QUANDO os tempos ruins chegarem".

Eu concordo! Os tempos ruins chegam. Mas, não há necessidade de abater uma atitude positiva para que os maus momentos ocorridos no passado possam ocupar o centro do palco, não é mesmo?

Eu frequentemente encontro os dois tipos nos meus workshops. E embora às vezes isso seja apenas uma pessoa querendo se livrar da sua bagagem emocional tendo uma discussão comigo, outras vezes, é uma pessoa tão viciada na bagagem dela que precisa alimentá-la com atenção. Descobri que a diferença entre esses dois tipos de pessoa ocorre quando você começa a oferecer a elas uma perspectiva diferente.

Por exemplo, alguém pode começar a compartilhar uma história sobre um momento difícil. Quando chegar a minha vez de responder, agradeço por confiarem em mim o suficiente para isso seja compartilhado e, em seguida, começo a explicar o que ela pode fazer para largar essa bagagem. O que ela pode fazer para se livrar da sua bagagem. Os indivíduos que querem liberdade pedem mais: querem saber como fazer isso. Os indivíduos que são viciados na sua bagagem começam a explicar porque o que eu estou dizendo não vai funcionar e como eles ficarão presos a ela para sempre.

Acho que talvez eles tenham tentado muitas coisas, incluindo a solução que eu sugeri, e então ofereço outra abordagem, apenas para encontrar outro argumento contra. Lembro-me de um caso específico em que indiquei a um aluno, usando exemplos de pessoas que tinham conseguido abandonar esse tipo de problema e como as técnicas que ensinamos tinham a capacidade de ajudá-lo a liberar a bagagem. E antes que eu pudesse terminar, ele já estava lançando o seu próximo exemplo do que a bagagem lhe fizera.

É como se a pessoa não pudesse nem ouvir ou pensar em se liberar da bagagem. Uma aluna minha tinha tanta consciência do fato de que estava discutindo por sua bagagem, que ela me deu uma visão surpreendente. Ela disse que, embora quisesse deixá-la ir, o próprio pensamento em si era assustador! Ela literalmente disse: "Se eu deixar isso acontecer, o que eu vou falar com os meus amigos e parentes?"

Eu me lembro do que eu pensei naquele momento: "Bem... para começar... algo positivo?"

Em vez disso, eu a fiz verificar dentro dela e perguntei: “Será que é o meu resultado desejado que vai me trazer mais alegria no futuro, ou será a bagagem que me trará mais alegria?”

Em outras palavras, olhe para o seu futuro, tão longe quanto puder. Agora, volte a olhar o presente e verifique o que traz mais amor, felicidade e alegria. A desculpa e a bagagem trazem mais felicidade, ou se livrar da bagagem trará mais felicidade?

Prosseguindo, pare por um momento e pense sobre isso. Percorra todo o caminho para o futuro. Qual abordagem de vida lhe trará mais satisfação? Eu me solidarizo com você de que os tempos difíceis são complicados, e, às vezes, nós precisamos desabafar e esquecer tudo isso. E, se até o final da sua vida, se você continuar a viver com a bagagem emocional, o que isso fará à você?

Nós todos sabemos que a bagagem prejudica o corpo, e eu, às vezes, vejo que isso prejudica os nossos entes queridos muito mais do que a pessoa que carrega a bagagem.

Quando você olha para o futuro, se você experimentar a visão de estar livre dessa bagagem e vivendo uma vida de felicidade e satisfação, isso não seria muito melhor?

Se a resposta for positiva, aqui estão alguns passos para você começar a resolver isso, e se mover em direção a um futuro empoderado:

1. Encontre o seu momento de dor e considere se você está liderando com isso, e / ou está defendendo a bagagem.

2. Se estiver, olhe para o futuro e veja se ela lhe traz mais alegria do que estar livre da bagagem emocional.

3. Quando você chegar à conclusão de que o melhor é se livrar da bagagem, pergunte-se: que medidas você precisa tomar hoje para começar a ser livre?

4. Comece com um passo de cada vez. Uma pequena vitória irá acrescentar mais uma e depois outra. Conseguindo o impulso, você começa a se mover em direção a um futuro empoderado.

 O artigo original "Are You Addicted To Your Limitations?" encontra-se no site: www.drmatt.com

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