PNL é aliada no combate ao analfabetismo funcional
Proposta de utilização do método em escolas públicas será apresentada durante congresso no Rio
O Brasil tem hoje 97% das crianças em idade escolar matriculadas no ensino básico, o que, infelizmente, não é indicativo de qualidade. Recente pesquisa da UNESCO revela que 23% dos estudantes brasileiros na faixa dos 15 anos são incapazes de entender os textos que leem. O que leva um estudante a se transformar num "analfabeto funcional"? Esta e outras respostas serão encontradas no 1º Congresso Latino-Americano de Programação Neurolinguística - PNL, que será realizado no Hotel Glória, Rio de Janeiro (RJ), de 12 a 14 de setembro de 2003.
Durante o Congresso será discutido um plano de implantação da PNL nas escolas públicas a partir de um projeto-piloto que deverá começar pelo Rio de Janeiro. Esta campanha contará com o trabalho gratuito e voluntário de renomados profissionais, em cursos de 15 a 20 horas, para professores da rede pública, e seguirá modelos já experimentados em outros estados. "Vamos ajudar os professores a alcançar motivação, melhorar a sua autoestima, as técnicas de ensino, e, consequentemente, a aprendizagem", garante o Doutor em cardiologia e mestre em Programação Neurolinguística, Jairo Mancilha, Presidente do Congresso.
Faltam ferramentas que levem o professor a saber ensinar e o aluno a saber aprender. É o que pensa também Eduardo Shinyashiki, que desenvolve em Santa Catarina um amplo trabalho que liga PNL à Educação. "Trata-se de uma ferramenta para a mudança de paradigmas, modelos e referências que potencializa a comunicação, resgata no educador a esperança e a confiança necessárias ao desempenho de sua função. Os educadores continuam com postura de pedintes e precisam resgatar a sua dignidade, o seu poder humano, de realização. Esse trabalho deve contar com a adesão de toda a sociedade, pais e alunos. Não basta que haja referências e modelos pedagógicos fantásticos".
Para Shinyashiki, que apresentará no Congresso o tema PNL na Escola, entre os muitos objetivos já alcançados, destacam-se os avanços na relação entre alunos e drogas e na relação entre alunos e professores. "Trabalhar com método é diferente de incorporar o método, o que envolve transformação humana. Para isso, precisamos ser flexíveis e ter disposição para mudar".
FACULDADE DECISÃO APLICA PNL
Professor universitário e ex-reitor da UDESC- Universidade do Estado de Santa Catarina, João Nicolau Carvalho também realiza um trabalho com técnicas de utilização da PNL na área de motivação de aprendizagem, atendendo a grupos de 10 a 15 pessoas por mês (adultos e crianças, inclusive vestibulandos), com uma média de 7 sessões. Ele ressalta que as nossas faculdades eventualmente ensinam muito bem Piaget, Vygotsky, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e outros pensadores da educação, mas não nos oferecem ferramentas para colocar em prática tais teorias. "Está faltando um pouco de inteligência emocional, de pensamento lateral, de mapas mentais, em síntese, de PNL para nossos professores. Estamos carentes de procedimentos práticos para aprendermos criativamente belos modelos teóricos de aprendizagem. Falta também fazer com que o aprendizado faça parte do cotidiano da criança, por meio de exercícios lúdicos oferecidos pela PNL, por exemplo".
Segundo João Nicolau Carvalho a Faculdade Decisão de Florianópolis vêm aplicando a PNL, gerando aumento da capacidade de concentração, equilibrando a lateralidade e, consequentemente, as ligações entre os hemisférios esquerdo e direito do cérebro, melhorando o processo de aprendizagem de seus alunos.
COMO UM GOLEIRO PODE SER BOM ALUNO DE HISTÓRIA
O prof. João Nicolau conta o caso de um menino de 8 para 9 anos, excelente goleiro (ao menos na sua imaginação, o que é importante): "Tio, eu já peguei um pênalti!". A estratégia era pegar a bola: vê-la, segurá-la, senti-la. Excelente goleiro, e 4,0 era a sua maior nota em História. "Sugeri à mãe que lhe mostrasse figuras, ilustrações, sobre o fato histórico que estivesse estudando (recurso visual) e o motivasse a sentir-se participante do evento histórico (cinestesia). Resultado, de 4,0 a nota de História pulou para 8,0. A estratégia do menino como bom goleiro é ver a bola e senti-la como extensão do próprio corpo. Esta mesma estratégia foi usada para aprender História", conta.
Carvalho dá outro exemplo: "Quando um professor diz a uma criança na faixa dos 7/10 anos que ela não sabe Matemática, é bem possível que ela leve a sério a afirmação e não aprenda, afinal de contas o mestre lavrou uma sentença! Resposta de um professor que vivencia PNL: ‘Parabéns, você já tem 5,0 de conhecimento, que tal chegar a 10? Como é que você estuda?’. A diferença pode parecer sutil, mas é fundamental. A PNL instrumentaliza o professor (e o aluno) com posturas e estratégias", afirma Carvalho, um dos participantes da mesa-redonda PNL e Aprendizagem.
Os especialistas destacam que a PNL não é resposta aos problemas educacionais brasileiros, mas é, sem dúvida, uma hábil ferramenta para gerar processos motivacionais em alunos e professores. Oferece exercícios e propostas capazes de, como asseguram os especialistas do Congresso, melhorar em muito o processo de aprendizagem.
Saiba mais sobre PNL:
A Programação Neurolinguística é utilizada no mundo todo não apenas para facilitar e melhorar a aprendizagem, mas também em terapia, liderança, gerenciamento de pessoas, crescimento pessoal, marketing e negócios. A técnica surgiu há 25 anos, nos EUA, país onde é mais difundida, e apresenta como maior resultado a melhoria da qualidade de vida das pessoas. No Brasil, foi introduzida de uma maneira meio equivocada, "como uma coisa meio mágica e de condicionamento", mas estes conceitos mudaram na medida em que tornou-se mais conhecida. "A PNL trabalha com métodos e objetivos, numa linguagem que corpo e mente entendem; o cérebro é programado pela linguagem que, partindo de uma imagem positiva, abre oportunidades, em vez de criar limitações", explica Dr. Jairo Mancilha.
FGV-SP e UFRGS são alguns dos centros universitários que utilizam a PNL
A PNL nasceu praticamente fora do mundo acadêmico, mas as poucas universidades que a experimentam, garantem colher bons frutos: Tom Chung e seus alunos na Fundação Getúlio Vargas - São Paulo; Sergio Spritzer e alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; a FMU - Faculdade de Educação Física – São Paulo; a Faculdade Decisão, de Florianópolis, onde semestralmente os alunos recebem treinamentos de "aprender a aprender com técnicas de PNL"; o Centro de Educação da UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina, que implantou a PNL como matéria disciplinar optativa para ampliar a criatividade de seus alunos; e a mesma UDESC, que vem colocando a Programação Neurolinguística em cursos de pós-graduação nas áreas de administração e educação física, gerando inclusive monografias temáticas.
1º Congresso Latino-Americano de Programação Neurolinguística – PNL
Local: Hotel Glória – Rio de Janeiro (RJ)
Data: 12 a 14 de setembro de 2003
Informações e Inscrições – Tel: 21 - 2484-4687 e 2439-9193 - horuseventos@rjnet.com.br