Judith DeLozier - PNL Generativa, parte II

2ª Parte - Entrevista exclusiva com Judith DeLozier (EUA)
 
Aqui eu tenho uma pergunta sobre habilidades. Que habilidades que serão desenvolvidas?
Eu acho que todas as habilidades da PNL quando eu penso em algumas habilidades, eu penso que algumas são analíticas, outras são procedimentais, outras relacionais, outras interativas, outras de calibração. De todas as habilidades, acho que tudo provavelmente vai ser endereçado. Talvez a exceção será a analítica, porque essa é exatamente uma parte da primeira geração: analisar pequenos pedaços. A terceira geração é mais sobre minha conexão comigo mesma, e meu relacionamento comigo mesma, e como eu trago isso para o mundo. Tem uma frase do Richard Moss que diz que: a distância entre eu e eu mesmo é exatamente a mesma distância entre eu e outra pessoa. E eu acho que existe uma verdade nisso e isso é algo que certamente vai ser desenvolvido.
 
Como os participantes podem aplicar as habilidades e as técnicas nas suas próprias carreiras ou com seus clientes de coaching, seus clientes de terapia com PNL?
Se pegarmos uma habilidade por exemplo: a  técnica “ponte de crença, crença de barreira”. Qualquer um que é um terapeuta, um coach, qualquer um que é um ser humano lida com crenças limitantes. Às vezes é uma crença limitante sobre o que eu sou capaz de fazer e às vezes é uma crença sobre mim mesmo que de alguma maneira eu não mereço, que não é possível para mim e dessa maneira, eu não consigo imaginar qualquer contexto em que que uma pessoa não vá se beneficiar, e ter a ideia de como usar isso no mundo real. É claro, o corpo é a chave. Todos nós podemos ter um objetivo no coração, um sonho e realmente querer isso, saber o que nós queremos e ter clareza do que queremos e porque não podemos conseguir, o que nos impede.  Há crenças em nós que nos seguram, somos seres humanos, temos sonhos, metas que queremos atingir, queremos ter uma vida equilibrada, queremos ter qualidade de experiências internas e também de experiências externas.
 
Quando estava mencionando sobre os sinais do corpo, me lembrou de uma prática na qual você alinha a cabeça com o coração. Isso tem a ver com o que falou?
Acho que essa era a ponta do iceberg, isso foi como se fosse um passo para se aproximar mais e mais perto da perfeição em tentar descobrir o que era realmente a terceira geração, aonde estava o foco. Na PNL,ao longo dos anos o foco mudou de lugar para lugar e a modelagem aconteceu no meio do caminho. Na primeira geração era a modelagem da capacidade cognitiva, da minha estratégia criativa, minha estratégia para motivação, para resolver problemas.  É toda essa modelagem de tomada de consciência dessas estratégias. Às vezes eu tenho uma estratégia que me leva a um “estado ruim”, como eu posso tomar consciência ou autoconsciência ou metacognição de qual é a estrutura, do que me leva lá, e aí eu posso focar no positivo, o que eu quero. Então na mesma moeda, eu posso pensar no positivo, o que eu quero, conhecer a estrutura disso, como isso tem diferentes efeitos. E o foco de atenção da segunda geração com o John Grinder e eu se moveu para o que está acontecendo entre duas pessoas e não somente no que está acontecendo dentro delas, não só na atividade mental, na atividade cognitiva intelectual de uma capacidade ou estratégia, mas qual a qualidade desse lugar entre nós dois, no espaço vazio. A ideia insípida do campo já estava lá. Então isso tinha a ver com relacionamentos e desse espaço veio a ideia das posições perceptuais.
 
Uma vez que a terceira geração da PNL foca na mudança do sistema, como gerentes de negócios, CEOs, donos de negócios, podem fazer uso dela?
Isto não está relacionado somente com mudar o sistema, mas também em apoiar o sistema. Há muitas pessoas que, embora estejam ocupando posições de liderança, cargos de líderes, não possuem muitas habilidades de liderança e algumas vezes nem sequer tem habilidades de autogerenciamento. Acho que existe capacidades em pelo menos uma área em que devemos ter, que é no autogerenciamento. Existe uma ótima citação em um dos livros de Robert Dilts sobre liderança onde o CEO de uma empresa diz: “A coisa mais importante em meu negócio para mim é a qualidade do meu estado quando eu vou fazer uma reunião de negócios, esse é o fator mais importante. Sim, claro, eu faço meu dever de casa, eu sei o que está acontecendo na empresa, mas seu eu estiver num estado ruim e entrar em uma reunião, não importa. Acho que é algo que você não tem que pensar muito.
 
O que você quer dizer com não ter que pensar muito?
Meu coração deveria dizer: “ah, claro”. Acho que isso na PNL em geral, se você olhar para a quantidade de literatura que foi desenvolvida com respeito à liderança e gerenciamento, acho que ainda existe muita coisa a ser feita na PNL. Esse workshop, em particular, é também interessante desse ponto de vista. Eu não vou tratar disso diretamente, mas se eu fosse uma executiva e tivesse olhando para algo como Barreira de Crenças, Ponte de Crenças (uma das técnicas ensinadas no curso pré-congresso), isso me dá uma maneira de pensa sobre a minha organização. Quais são as crenças que sustentamos, qual são as crenças que a cultura da organização pode sustentar e o qual é a barreira para achar o espaço para uma conversa mútua.
 
<<- Parte I                      Parte III ->>