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Nos últimos anos, as organizações se tornaram progressivamente interessadas na PNL e em como ela pode ser usada para desenvolver os seus funcionários e os seus sistemas. No meu trabalho com as organizações, frequentemente me perguntam: "O que é essa coisa chamada de modelagem da PNL?" Eu costumo responder, dando-lhes um artigo que contém uma breve descrição das cinco fases de um projeto de modelagem.
Eu acredito que esse artigo possa ser útil para aqueles que gostariam de introduzir a modelagem nas organizações e, por isso, estou reproduzindo-o abaixo. Além disso, estou fornecendo uma lista de itens e questões a considerar, se você decidir iniciar um projeto de modelagem, bem como sugestões para leitura. Espero que essa informação possa estimulá-lo a aprender mais sobre o processo que está no âmago da PNL e utilizá-lo para melhorar as habilidades das pessoas na organização na qual você trabalha.
Modelando a Excelência nas Organizações
Seja qual for o método utilizado pela organização para avaliar as habilidades, provavelmente os resultados irão mostrar, aproximadamente, uma "distribuição normal" de capacidades. A maioria das pessoas irá ocupar a faixa central, poucos são os funcionários de melhor desempenho, enquanto o resto estará no outro extremo da curva. O princípio básico da modelagem nas organizações é descobrir o que os funcionários de melhor desempenho fazem diferente dos seus colegas e transferir essas habilidades para todos, com isso "inclinando a curva" para a parte final do alto desempenho.
Modelando o que não pode ser observado
Até agora, a maioria das abordagens de modelagem se concentraram em estudar o comportamento externo. Isso não é surpreendente visto que o comportamento externo é observável e já existe uma linguagem para descrevê-lo. No entanto, se as capacidades mais importantes de uma pessoa são internas (ou seja, os processos de pensar e sentir), os métodos tradicionais de modelagem são de valor limitado.
Hoje a maioria das pessoas aceita que a sua capacidade de produzir de forma eficaz é influenciada pelos seus sentimentos, sua maneira de pensar, suas crenças, seus valores e seu senso de identidade. Assim, torna-se crucial identificar as estratégias do pensamento e outros "intangíveis", que são tão importantes nos ótimos gerentes, nos planejadores, nos treinadores, nos representantes de vendas, e assim por diante.
A abordagem da PNL
A PNL surgiu na década de 1970 como resultado de inúmeros projetos de modelagem conduzidos por Richard Bandler e John Grinder. A fim de definir com precisão o que seus seguidores estavam fazendo, Bandler, Grinder e outros desenvolveram uma nova abordagem para modelar, a qual incluiu os processos internos bem como o comportamento externo.
Em outras palavras, a PNL encontrou maneiras de tornar consciente os comportamentos fora da consciência, os hábitos mentais e as crenças dos funcionários de melhor desempenho, bem como a definição de um código para descrever esses processos. O resultado é chamado de "modelo" e uma vez especificado, pode ser aprendido por outros como parte de sua busca para melhorar o desempenho.
Os princípios gerais e os métodos de modelagem são independentes do conjunto de habilidades sendo modelado ou do ambiente no qual a modelagem ocorre. Assim, a abordagem pode ser aplicada em praticamente qualquer circunstância, e é amplamente utilizada nos negócios, na educação, na saúde, nos esportes, no desenvolvimento pessoal e em outras áreas de aplicação.
Nos vinte anos seguintes à formulação original de Bandler e Grinder, a lista de habilidades modeladas em grandes organizações se expandiu a um ritmo crescente e o modelo da PNL de modelagem foi aperfeiçoado e ampliado várias vezes. Projetos de modelagem ocupam-se de uma faixa desde comportamentos muito específicos a competências altamente gerais e incluem:
Uso de arma branca |
Força Aérea dos EUA |
Competência Inconsciente
Então, o que é modelagem com base na excelência?
Cada um de nós tem um conjunto particular de estratégias que nos permite funcionar de forma eficaz em uma organização. Essas sequências repetitivas de comportamento interno e externo incluem estratégias para delegar, para aprender e ensinar, para motivar, criar, tomar decisão e mil outras funções. No entanto, essas habilidades são mais frequentemente adquiridas por tentativa e erro inconscientes, porque como elas não são obtidas de forma explícita, não temos ideia de como transferi-las para os outros.
E mais, as pessoas podem ser muito bem-sucedidas usando uma estratégia particular para uma determinada função (por exemplo, definindo a política da empresa), enquanto que poderão apresentar um desempenho abaixo do desejado quando tentarem aplicar a mesma estratégia em outro lugar (explicando aquelas políticas).
Quando você pergunta às pessoas que são realmente excelentes: "Como você faz isso?", a resposta mais comum é: "Eu realmente não sei" ou "Eu só... mais ou menos... faço isso e tudo acontece naturalmente." Isso é típico de "competência inconsciente". Ao final do projeto de modelagem da pessoa que está sendo modelada, invariavelmente ela diz: "Bem, eu nunca percebi que é isso que eu faço" e, muitas vezes, ela acrescenta: "Eu pensei que todo mundo fazia desse jeito!"
Mesmo uma pequena modelagem vai mostrar que as pessoas, muitas vezes, usam estratégias de processamento interno diferentes, e isso explica a diferença entre um desempenho medíocre e um excelente. A maioria das estratégias, uma vez tornadas explícitas, pode ser facilmente aprendida ou modificada para alcançar os objetivos organizacionais ou pessoais.
Etapas de um projeto de modelagem
Um projeto de modelagem típico irá passar pelas seguintes fases:
1. Preparação. Entrevistas preliminares com a organização para identificar a finalidade e as evidências mensuráveis para a conclusão bem-sucedida do projeto, aquelas competências mais úteis para o modelo, quem são os funcionários de melhor desempenho a serem modelados, os parâmetros do projeto, o orçamento e um plano de ação.
2. Coleta de informações. Alocar tempo necessário com cada um dos funcionários de melhor desempenho no contexto em que eles usam as suas habilidades, bem como entrevistas de acompanhamento. Da mesma forma, alguns funcionários com desempenho médio terão que ser estudados no mesmo contexto para comparação. Normalmente, três pessoas de cada categoria é o suficiente.
3. Construção do modelo. A utilização de análise comparativa e contrastante para identificar o que os funcionários de melhor desempenho estão fazendo que os de médio desempenho não fazem. Isso resulta na construção de um modelo de comportamento efetivo e de processos mentais. Agora vem a aplicação da Navalha de Occam (que diz que a resposta mais simples geralmente é a correta): simplificar o modelo para o mínimo de componentes enquanto se mantém os resultados - descobrindo a diferença que faz a diferença.
4. Teste. Ensinar aos funcionários de desempenho médio selecionados como usar o modelo e mensurar o quanto melhoraram os seus resultados (usando os critérios definidos na Fase 1). O modelo é então refinado e documentado.
5. Transferência. Nesse ponto, a direção que o projeto toma depende da sua finalidade. Três caminhos são os mais comuns:
- Usar os resultados para suplementar ou racionalizar os programas de treinamento existentes na organização e reciclar os treinadores.
- Projetar e oferecer um novo curso de treinamento para transferir as habilidades dos funcionários de alto desempenho para que os outros se beneficiem.
- Produzir o perfil de um funcionário de alto desempenho típico para ser usado como parte do recrutamento e do processo de seleção da organização (e para treinar os novos funcionários).
Prazos de execução do projeto
As fases de 1 a 4 levam cerca de 20 dias, se a competência a ser modelada estiver bem especificada. As competências ou qualidades mais comuns são geralmente uma combinação complexa de comportamentos, estratégias e atitudes e, consequentemente, levam mais tempo para eliciar. O prazo para a fase 5 está relacionado ao tamanho da organização e aos números envolvidos.
Conclusão
A abordagem da PNL para a modelagem oferece um método comprovado para descobrir o que os funcionários de melhor desempenho fazem que os torna tão efetivos. Uma vez isso alcançado, os outros membros da organização podem aprender para reproduzir o comportamento e as estratégias eficazes para melhorar seus próprios desempenhos.
Para onde ir a partir daqui?
A tabela abaixo apresenta um resumo do que é envolvido em um projeto de modelagem. O processo de modelagem é considerado a partir do ponto de vista do modelador, o tema a ser modelado e o ‘grande sistema’ da organização e que pode ser usado, entre outras coisas, como uma lista de verificação preparatória.
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SELF |
SUJEITO |
GRANDE SISTEMA |
IDENTIDADE |
Quem é você (qual é a sua identidade)?
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Quem é o sujeito da modelagem?
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Quem mais está envolvido?
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Por que você está modelando?
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Por que modelar o sujeito?
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Por que você está modelando?
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CAPACIDADES |
Como você irá modelar (que habilidades são necessárias em cada etapa)? |
Como o sujeito(s) irá demonstrar o que você quer modelar? |
Como as competências serão adquiridas pelos outros?
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O que você fará em cada etapa da modelagem?
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O que será modelado?
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O que as outras pessoas precisam fazer para conseguir as habilidades, estratégias, etc.? |
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Quando e onde |
Quando e onde |
Quando e onde |
Para leitura posterior
A maioria dos livros sobre PNL é resultado de projetos de modelagem, e não sobre o processo de modelagem em si. Para mais informações sobre excelência em modelagem e como o desenvolvimento das habilidades pode ser acelerado, consulte os livros abaixo:
Anthony Robbins tem alguns capítulos de fácil leitura sobre estratégias de modelagem no seu livro Poder Sem Limites.
O livro de Robert Dilts e Todd Epstein, Ferramentas para Sonhadores, reúne muitos exemplos de estratégias para a criatividade.
Os três volumes do livro de Robert Dilts, A Estratégia da Genialidade 1, A Estratégia da Genialidade 2 e A Estratégia da Genialidade 3 são a obra definitiva sobre como modelar quando o sujeito é uma figura histórica.
Robert Dilts acaba de apresentar um novo livro Modelling with NLP que oferece uma visão em profundidade sobre o processo de modelagem e suas aplicações.
Leslie Cameron-Bandler, David Gordon e Michael Lebeau escreveram O Método Emprint: um guia para reproduzir a competência para "fornecer as ferramentas que lhe permitam identificar e adquirir (ou transferir para outros) aptidões humanas desejáveis." Apesar do que agora diz David Gordon, ainda é um dos modelos de modelagem mais abrangentes já publicado.
E, se você quiser retornar aonde tudo começou, o trabalho original e altamente técnico sobre eliciação, projetos, utilização e instalação de estratégias é "NLP Volume 1", por Richard Bandler, John Grinder, Robert Dilts e Judith DeLozier.
James Lawley, Trainer Certificado de PNL e psicoterapeuta registrado na Grã Bretanha, é, juntamente com Penny Tompkins, autor do livro Metaphors in Mind: Transformation through Symbolic Modelling. Para maiores informações visite o site www.cleanlanguage.co.uk
O artigo Introducing Modelling to Organisations foi publicado inicialmente na revista Rapport da Association for NLP (UK), e encontra-se no site www.cleanlanguage.co.uk
Tradução JVF, direitos da tradução reservados.