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Retornei semana passada de um seminário com Richard Bandler, em Orlando, onde fui relembrado repetidas vezes, sobre a importância de manter as coisas o mais fácil possível. Eu recebi muitas perguntas, mas tem uma que insiste em aparecer muitas vezes. E apesar de já ter um artigo tratando disso no meu site, pensei que seria uma boa ideia escrever novamente sobre isso.
A pergunta que eu ouço frequentemente das pessoas é: "De tudo o que você aprendeu, John, o que mais o ajudou para torná-lo capaz de usar a PNL do jeito que você faz?"
Como muitas pessoas, eu tinha um anseio para aprender o que funciona, o "como" "fazer" as coisas mais efetivamente. E esse anseio vem de muito antes da PNL. E quando eu descobri a PNL, eu, naturalmente, tinha muito respeito pela tecnologia. Mas lendo cada vez mais, eu precisava de um seminário para ampliar a base do meu conhecimento e, assim encontrei esse do Bandler. Quando treinei pela primeira vez com as pessoas naquele treinamento, eu aprendi muito. Eu estava muito fascinado e emocionado por ter professores tão excepcionais. Eu encontrei Bandler no começo do meu treinamento. Antes de encontrá-lo, muitas pessoas me diziam: "Você está louco pensando que vai encontrá-lo." "Ele é muito excêntrico." "Ele é isso." "Ele é aquilo." Tenho certeza que você compreendeu. Eu não queria perder a oportunidade de ver um dos cofundadores e então fui. Quando o vi pela primeira vez no treinamento, percebi que muitos outros também estavam de algum modo cautelosos, porém bem alegres. Eu achei isso uma combinação muito interessante de estados. Percebi imediatamente que Richard era capaz de mantê-los agitados em seus assentos. Também notei que antes de dar as instruções, ele fazia outras coisas que tinham a ver com as instruções. Levei um tempo para perceber isso, mas boa parte do meu treinamento era localizar e reparar os erros: retroceder para processar os pontos de controle que já tinham ocorrido, e descobrir onde fazer a próxima mudança no processo para corrigir o erro que já tinha sido feito, e sem expor a operação, sua integridade financeira, a qualidade do produto, etc.
Então, quando percebi que Richard era capaz de ajudar as pessoas a mudarem tão rapidamente, fiquei muito curioso com isso. Agora pegue isso e junte com a minha fascinação na infância com a linguagem, a gramática e a estrutura da linguagem. Eu comecei a prestar atenção em como Richard fazia o que estava fazendo.
Por recomendação dele, também treinei com os outros porque assim podia aprender ‘estilos’ diferentes. Mas não eram estilos diferentes o que estava aprendendo. Eu também estava aprendendo que existem dois tipos de ‘trainers’ no campo: os que podem conseguir os resultados com consistência e os que não podem. E enquanto eu refinava as minhas próprias observações, fiz outra distinção sobre os trainers: existem aqueles que podem ‘fazer’ e aqueles que não podem. E por ‘fazer’, eu quero dizer que eles podem influenciar as pessoas ‘apenas falando com elas’. Não foi com isso que começou a base da PNL? Eu penso que o termo "linguística" está lá por uma razão que muitos já esqueceram. Eu sei dessa capacidade intuitivamente desde pequeno: existem pessoas que são influenciadas por como elas dizem o que dizem, e por como elas não dizem o que não dizem (comunicação não verbal). Como o meu foco era, e ainda é, na área dos negócios, eu ficava mais impressionado com as pessoas que podem ajudar os outros a conseguirem seus resultados através da comunicação perfeita (verbal e não verbal).
E também descobri que como existiam pessoas de todos os tipos ‘ensinando’ PNL, muitas empresas nos Estados Unidos estavam lamentavelmente indiferentes a ela. E isso era, na maioria das vezes, efeito das apresentações mal feitas de PNL. Outra constatação minha era que as empresas não estavam (pelo menos nos EUA) interessadas em nenhum novo treinamento XYZ, alguma última moda para fazer as pessoas se sentirem bem. Elas queriam resultados e queriam para ontem! Então como fazer isso?
Embora eu tenha praticado com vários trainers, eu não esperava que algum deles fosse um robô de qualquer um dos cofundadores, mas esperava algum grau de continuidade na informação básica, o que não encontrei, com exceção daqueles que, no início, treinaram pessoalmente com Bandler e Grinder. O que descobri é que existe tanta informação que eu tive dificuldade, na maior parte do tempo, em aplicar o que estava aprendendo. E talvez também existissem outros que pensavam como eu. E ao perguntar para os outros, descobri a mesma coisa.
Eu queria alguma consistência no meu próprio treinamento, e então decidi treinar mais com Bandler, visto que nessa época Bandler e Grinder tinham tomado caminhos separados e eu já estava acostumado com Bandler. Mais tarde, eu ouvi algumas fitas de áudio, assisti outros vídeos, e até hoje, estou contente pela decisão que tomei.
Depois de fazer diversos treinamentos com Bandler, constatei que o que estava fazendo falta no campo, embora estivesse lá todo o tempo, era fazer uma distinção mais explícita para as pessoas que aprendiam a PNL porque assim elas poderiam usá-la mais intensamente, com mais elegância e com mais perfeição do que elas tinham feito. A distinção que eu fazia é tão poderosa para muitos, que eu chamei a primeira parte de PNL Pura. A distinção que eu fiz é simples. A tecnologia tem duas partes identificáveis: as habilidades e as aplicações dessas habilidades.
A maior parte do que existe são aplicações da tecnologia básica. Parece que as pessoas confundiram as duas. A cura da fobia, por exemplo, é uma aplicação, uma técnica.
Algumas das melhores pessoas no mundo, aquelas que são as mais bem-sucedidas, mais efetivas, podem estar ‘usando’ a PNL, isto é, as habilidades. Elas são ótimas em ancoragem, elas são elegantes com a linguagem, elas têm uma super tonalidade, etc. Elas entendem como ser influentes e convincentes, e algumas são excelentes em ajudar outros a mudar sem o uso de ‘técnicas’, e sem dar instruções como em uma técnica. Essas são as pessoas que eu admiro pelas suas habilidades.
A essência mais importante da tecnologia é a ‘experiência’, não extrapolando sua importância, nem se dissociando dela. Isso apenas causa mais generalizações da experiência, e muitas vezes, não na melhor maneira para o cliente. Quando nomes são dados para os processos, eles se tornam generalizados. Embora seja útil usar diferentes posições perceptivas, às vezes é mais útil dar ao cliente apenas uma perspectiva diferente, não fazê-lo viver a vida dele dessa maneira. Como ele irá aprender a experimentar sua própria vida ‘mais intensamente’? Recordar nomes das várias aplicações, técnicas, etc., não é o uso mais efetivo do que ele é capaz de ‘fazer’.
É como se eu quisesse ensiná-lo a fazer um bolo de chocolate - você seria capaz de fazer um excelente. E se alguém viesse até você e quisesse um bolo de chocolate, você seria capaz de fazer um para ele. Mas quando alguém lhe pedisse para fazer um bolo de claras, as chances seriam de que você não seria capaz porque nunca lhe ensinaram como fazer. Mas se você quisesse, poderia aprender indo assistir um ‘Seminário de Bolos de Claras’.
E assim, se nós ensinamos a você primeiro os ingredientes básicos, como eles funcionam, que efeito a temperatura, a umidade e o tempo têm nesses ingredientes, e depois ensinar como combiná-los em algumas receitas, como aquela do bolo de chocolate, então você será capaz de saber como fazer não apenas o bolo de chocolate, mas também estará numa posição melhor para ser capaz de fazer aquele bolo de claras porque você entendeu como os ingredientes básicos podem funcionar combinados para fazer uma nova receita.
Esses têm sido os equívocos básicos sobre as aplicações da PNL. Muitas pessoas pensam que ela é terapia, quando não é. Então, como você pode aprender a desfrutar da "SUA VIDA" mais plenamente? Primeiro aprendendo as habilidades básicas, e depois aplicando nas áreas da SUA VIDA onde elas são aplicáveis. É assim que nós preferimos ensiná-la. Você gosta de fazer o trabalho de mudar as pessoas? Quer aplicá-las nos negócios? Aprenda essas aplicações num curso de PNL. É fácil, é simples e é estimulante!
E outra coisa que deve ser mencionada, é que eu uso tudo o que eu sei para facilitar a mudança conversando e usando complementos não verbais. Eu, por exemplo, muitas vezes não aproveito a oportunidade de dar as instruções para a mudança das submodalidades, de modo que eu preciso usar as minhas próprias capacidades verbais e não verbais para realizá-las. Minha experiência é que é assim que a maioria das pessoas aprecia e quer aprender a fazer. Nós fazemos o possível para ajudá-las a aprender dessa maneira.
John La Valle é Master Trainer Licenciado de PNL e DHE. Está atuando em treinamentos e desenvolvimento a mais de vinte e cinco anos e introduziu a PNL e DHE para o campo das empresas.
O artigo original, em inglês, "What I Have Learned that Helped The Most" está no site da NLP World Magazine
Tradução JVF, direitos da tradução reservados.