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Aplicação do perfil da linguagem e comportamento nas empresas
Visão geral
Esse artigo descreve como os padrões "Em direção a" e "Afastando-se de" do modelo do Perfil da Linguagem e Comportamento foram aplicados na intervenção em um difícil contexto de negócios.
Os profissionais de duas áreas distintas de uma empresa de produtos tecnológicos estavam encontrando dificuldade para cooperarem de forma efetiva. Isso já ocorria há muito tempo. Uma era 100% de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a outra incluía principalmente gerentes de negócios.
Nos últimos dois anos estava em vigor um modelo de escassez, evidenciado pelas reduções de mais de 30% do quadro de funcionários, viagens severamente limitadas e nenhum abono concedido. Também havia insuficiente dedicação e planejamento cultural depois que uma sequência de aquisições intensificou a mentalidade do “nós e eles”.
Na minha experiência, a tendência cultural em voga nos Estados Unidos é "Em Direção a" é bom (poder do pensamento positivo) e "Afastando-se de" é ruim. Por essa razão, eu re-rotulei "Em Direção a" como “orientado às metas” e "Afastando-se de" como “orientado aos problemas”.
Uma apresentação inicial foi dada à liderança dessa organização. Eu sabia que a mensagem estava tendo êxito quando um dos líderes da unidade de negócios começou a rir nervosamente e disse: “Eu suponho que devo me enxergar nisso aí?”
A seguir está um resumo dessa apresentação. Eu acredito que a adoção desse modelo teve um impacto positivo nas relações de trabalho dessa organização. Eu confesso, sem a menor vergonha, roubei esse trabalho da minha instrutora do Perfil da Linguagem e Comportamento, Shelle Rose Charvet (autora de Words That Change Minds). Esse material também foi levemente modificado para preservar o anonimato da organização. Nesse artigo vamos chamar a empresa exposta de TechX.
“Orientação meta/problema”
Visão geral do modelo
Existe um modelo de dinâmica cultural que eu acredito se aplica muito bem na situação da TechX. Esse modelo é baseado na descoberta de que as pessoas tendem a favorecer diferentes padrões motivacionais e de comportamento num certo contexto. Esse padrões foram modelados e estudados no contexto do trabalho. Por isso, vou descrever o modelo, aplicá-lo para a nossa situação e depois sugerir algumas ações possíveis.
Descrição do modelo "Orientação meta/problema"
Nesse modelo, uma dimensão dos padrões motivacionais das pessoas num dado contexto é caracterizado como “Orientado principalmente a metas”, “Orientado principalmente a problemas” ou “Igualmente orientado a metas e problemas”. A distribuição desses padrões foi estudada no contexto dos negócios e o resultado é aproximadamente o que se segue.
Distribuição no contexto do trabalho - origem: Rodger Bailey
Orientado a problemas - 40% |
Igualmente - 20% |
Orientado a metas - 40% |
É conveniente pensar nesse modelo como uma série contínua e não como três caçambas com rígidos limites. Também devemos pensar em termos de onde as pessoas tendem a “passar a maior parte do tempo” em vez de dizer que as pessoas são categoricamente de uma maneira ou de outra. Todos nós estabelecemos metas e todos resolvemos problemas. Entretanto, alguns são mais energizados pelas metas e outros para resolver problemas.
Esse modelo orientado a metas/problemas é descrito abaixo com mais detalhes em termos dos seus padrões extremos.
Padrão orientado a metas
Pessoas com um forte padrão orientado a metas no contexto do trabalho são:
- Energizadas e focadas nas suas metas e visões.
- Tendem a serem boas para administrar prioridades.
- Motivadas para alcançar, atingir, conseguir, ter.
- Muitas vezes têm dificuldade para reconhecer o que deve ser evitado ou em identificar os problemas.
- Algumas vezes, são percebidas como ingênuas pelas outras (especialmente pelas pessoas com padrão orientado a problemas) porque não tendem a considerar potenciais obstáculos.
- Falam sobre metas e o que elas querem.
- Usam e reagem às palavras: atingir, alcançar, realizar, obter, incluir, ter, conseguir, etc.
- Pessoas com esse padrão são capazes de ouvir um “input do problema” com muito mais facilidade se você disser: “Aqui estão as ações necessárias para alcançar a meta”.
Padrão orientado a problemas
Pessoas com um forte padrão orientado a problemas no contexto do trabalho são:
- Energizadas por um problema interessante ou ameaça (por exemplo, a concorrência).
- Tendem a serem boas para identificar com precisão os obstáculos, resolver e diagnosticar problemas.
- Motivadas para prevenir, evitar, solucionar problemas.
- Muitas vezes, têm dificuldade em manter o foco nas metas porque elas se distraem facilmente e porque se sentem compelidas a reagir a problemas ou situações negativas.
- Algumas vezes, podem ser percebidas pelas outras (especialmente aquelas com um forte padrão orientado a metas) como sendo aquela que diz não para tudo, céptica ou cansada.
- Fala sobre coisas, problemas e situações a evitar.
- Usam / reagem a palavras: resolver, evitar, impedir, eliminar, se livrar de, etc.
- Pessoas com esse padrão são capazes de ouvir mais facilmente um “input de meta” se você disser: “Aqui está o problema que estamos tentando resolver.”
Aplicação do modelo à situação da TechX
Uma observação importante sobre esse modelo é que as profissões parecem ter culturas que tendem a ser inerentes a mais orientado a metas ou a problemas. Por exemplo:
Líderes empresariais são, muitas vezes, muito orientados às metas focadas na visão do negócio, resultados financeiros, etc. O modelo médico ocidental é orientado a problema, focado nos problemas de cura (doenças). A cultura dos engenheiros tende a ser orientada a problemas. “Eles resolvem problemas”
Então, suponha que generalizemos um pouco e assumamos que os gerentes de negócios são orientados para metas e que o pessoal da P&D é orientado para problemas. (Nota: nós estamos falando sobre inclinações culturais e não sobre indivíduos específicos.)
As pessoas orientadas a metas e orientadas a problemas num dado contexto têm habilidades e capacidades complementares... E ambas são necessárias para realizar bem um projeto. Entretanto, muitas vezes elas têm dificuldade em se comunicar e apreciar os seus valores e os dos outros.
No extremo, as pessoas orientadas a metas pensam que as orientadas a problemas são aquelas que dizem não para tudo, são indecisas ou (pior) de má vontade para “entrar no time”. As orientadas a problemas pensam que as orientadas a metas não estão considerando os obstáculos ou (pior) nem mesmo querem ouvir falar deles. Além do mais, a linguagem que motiva um grupo não é motivadora para o outro e vice-versa. Para mim, isso parece se ajustar muito bem à “TechX”.
E você, como se enquadra?
Tudo acima é exacerbado quando as pessoas não têm suficiente tempo ou disposição para construir relacionamentos. E é mais exacerbado quando está obscuro que tipo de conversa eles estão tendo. O propósito da conversa é para gerar possibilidades? Estabelecer metas? Identificar e resolver problemas?
Walt Disney é um exemplo incrível. Ele tinha uma compreensão intuitiva das dinâmicas dessa situação, o valor de cada grupo e tinha uma estratégia explícita para lidar com ela. Disney tinha três salas distintas que ele usava para esclarecer a natureza da sua conversa e assegurar que as habilidades desses grupos fossem alavancadas rumo ao sucesso do projeto. Especificamente, ele tinha: a sala dos Sonhos, a sala da realização e a sala dos problemas (problemas e ameaças eram tratadas explicitamente ali). (Nota: eu não lembro das etiquetas exatas dessas salas, mas acredito que vocês pegaram a ideia.) Sua estratégia era: ter uma conversa de cada vez; fornecer um lugar para cada grupo aplicar suas habilidades no projeto e ter uma abordagem em que todos entendessem e considerassem todos os pontos de vista e habilidades. Ele foi muito bem-sucedido!”
Possíveis ações
Aparentemente a situação na “TechX” já existe a algum tempo. Esse modelo parece se ajustar a algumas das nossas observações. Apesar de ser um modelo útil, tenho certeza que não apresenta uma resposta completa, apenas uma parte de um mosaico muito maior. Compreendendo isso, vamos apresentar algumas ações iniciais advindas desse modelo.
Educação
Uma ação que podemos tomar é explicar esse modelo para as equipes dos dois locais. Podemos focar no valor de cada padrão e ter um diálogo explícito sobre como preencher as nossas lacunas. Como uma organização, nós precisamos apreciar e alavancar os dois estilos. Também, como parte disso, podemos treinar a nossa equipe para ouvir mais generosamente e como falar em termos que serão ouvidos mais facilmente pelas outras pessoas com uma inclinação contrária.
Outra atividade que pode ajudar é realizar treinamentos e esclarecer as expectativas sobre as reuniões. Minha observação é que as metas de muitas reuniões não são declaradas e não são claras. Saber exatamente qual o propósito da reunião, pode ajudar as pessoas a se manterem focadas nas metas ou resolver problemas. Disney achava que era mais produtivo cuidar de um de cada vez.
Formando equipes
Eu também recomendo que sejam formadas equipes compostas de pessoas dos dois locais. Em muitas ocasiões, as pessoas estarão trabalhando com outras que nunca haviam se encontrado. Isso incluiria os gerentes de negócios e as pessoas do P&D em níveis múltiplos na organização. Bons facilitadores com conhecimento de desenvolvimento organizacional serão necessários para se obter bons resultados.
Benefícios do uso do modelo meta/problema
O modelo fornece uma estrutura e uma linguagem comum para compreender e falar sobre as separações entre as diferentes orientações.
Isso pode ajudar as pessoas a apreciarem o valor que cada perspectiva traz.
Pode ajudar as pessoas a se comunicarem mais eficazmente. Especificamente, pode ajudar as pessoas a passarem suas mensagens de maneira que possam ser ouvidas com mais facilidade e que elas possam ouvir as mensagens das outras mais prontamente.
Estar atento pode ajudar cada indivíduo a se tornar mais flexível e se focar na conversa.
A conversa é sobre estabelecer metas ou resolver problemas?
Identificar e resolver os problemas é o que nós achamos mais apropriado no contexto da situação?
O artigo original "Towards and Away From at “Tech X”: A Business Application of the LAB Profile" enconta-se no site: https://www.nlpco.com/