PNL e Relacionamentos

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sab, 15/05/2004

O que quero?

Esta é a pergunta que mantém você procurando um bom relacionamento, ou melhorando aquele que já tem. Qualquer que seja a qualidade de seu relacionamento, você sempre pode melhorá-lo. Todos nós acordamos, de manhã, com algum propósito, embora enfadonho, mas jamais do tipo: "Como posso tornar meu dia realmente infeliz, hoje?" Você pode não ter certeza do que realmente deseja em um relacionamento. Pode ter um sentimento vago de insatisfação sobre sua vida, talvez não tenha um companheiro e deseje tê-lo. Talvez você veja outras pessoas gozando de um relacionamento feliz, e fique pensando de que maneira elas conseguem isso. Talvez você, e seu companheiro, entraram num ciclo de culpa e frustração em relação um ao outro. Vocês dois esqueceram, ou acham que acontece por acaso, a magia que uma vez os uniu. Você deseja algo, algo melhor do que isso que tem no momento.

Quando você está numa relação, é importante partilhar objetivos. As pessoas podem viver juntas por anos, sem se darem conta de que desejam coisa muito diferente da relação que mantêm. Acham que as escolhas e direcionamentos da vida vêm por acaso e, ao invés de se preocuparem com os objetivos menores, como o que fazer nas férias, que muitas vezes reflete a grande diferença nos objetivos dos parceiros, e o que desejam da vida e de seu relacionamento. As férias são um exemplo perfeito dos valores e crenças, que podem levar a desentendimentos e brigas entre parceiros. Todos nós desejamos férias, queremos ir a algum lugar diferente, fazer algo diferente. Uma coisa que todos as férias têm em comum, por diferentes que sejam, é que elas nos tiram da vida normal. Mas onde? As férias aparecem em alto grau nas tabelas de estatística de estresse, e muitas pessoas retornam exaustas das mesmas, desejando intensamente voltar à vida "normal".

Por exemplo, um parceiro deseja férias relaxantes à beira da praia. Deitar-se sob o sol e ser servido, é sua ideia de paraíso. O outro acha isso enfadonho. Prefere uma aventura e fazer uma trilha de safári. Parece-nos que um dos grandes testes de compatibilidade para um casal é escolher as férias, depois realizá-las, divertir-se, e finalmente sentirem-se felizes por tê-las vivido. Isso é o máximo num teste de compatibilidade. Férias constituem a melhor área para testar as crenças e valores do parceiro; a maneira como ambos tomam suas decisões revela muito de seu estilo de comunicação e flexibilidade. Nós conhecemos casais que resolvem esse eterno problema de maneiras diferentes. Conhecemos um casal que resolve o problema da seguinte maneira: num ano o marido escolhe e, no outro, a mulher escolhe. Outro casal age de maneira diferente: ela decide, ele concorda. Um terceiro casal briga todos os anos sobre as férias, e faz um programa infeliz, que nenhum deles aprecia de verdade. Um quarto casal faz férias em épocas diferentes (não têm filhos). Essas escolhas mostram como eles decidem os assuntos do dia a dia, em seu relacionamento.

Meus pais tinham uma ideia diferente sobre as férias. Minha mãe amava o sol. Bastava mostrar-lhe uma praia e um mar quente e convidativo e era o suficiente. E precisava ser em outro país, para ter valor. Meu pai amava seu trabalho, que lhe oferecia toda a variedade de que precisava. Ele costumava dizer que só existia uma coisa boa a respeito do sol quente, isto é, o fato de provocar uma sombra. Ele sabia nadar, mas não gostava. Meu pai era ator de teatro e cinema e, assim, sempre havia algum trabalho para ele durante a época de férias, e minha mãe costumava sair em férias com as crianças. Todos éramos razoavelmente felizes, embora minha irmã e eu preferíssemos que ele nos acompanhasse. À medida que fui crescendo, meu condicionamento interior tentou convencer-me de que eu era como meu pai, em matéria de férias, mas eu não acreditei, e agora sinto-me muito feliz numa praia, embora também aprecie a sombra.

O que você quer de um relacionamento? Às vezes, relutamos em pensar sobre isso e sobre as coisas do coração, como se elas fossem completamente espontâneas e como se qualquer tipo de meta nessa área fosse uma fraude. Muitas pessoas pensam que resultados e objetivos pertencem ao mundo dos negócios, e que podem tratar com sangue frio os relacionamentos. Ao que respondemos: tudo o que você faz é dirigido a algum objetivo. Sentado ou em pé, onde você está, lendo este livro e fazendo pequenos movimentos com seu corpo enquanto lê, tudo é dirigido para alcançar alguma coisa. Então, por um momento você larga o livro e move-se para fazer alguma outra coisa, em outras palavras, tenta alcançar o que você deseja a seguir. Nós sempre agimos com alguma finalidade, não podemos evitar isso. Quanto mais claro isso for para você, tanto mais fácil será alcançar seu objetivo. Do contrário, você poderia dizer: "Na verdade, eu não me importo com o tipo de relacionamento que tenho, não me interessa que espécie de companheiro está comigo, é tudo a mesma coisa para mim." Mas nós não fazemos isso. Nós queremos satisfação. Nunca marcaremos um encontro no inferno, onde tudo dá errado. Às vezes, as pessoas relutam em estabelecer objetivos em suas relações pessoais, porque lhes parece desafiar a sorte. Como se, quando você revela seu desejo de alguma coisa, o mundo roubasse isso de você à semelhança de um pai maldoso que adora frustrá-lo. Nós temos um amigo que evita todo tipo de objetivo, pela única razão de que seus pais o recompensavam pela abstenção, pela polidez, pela ausência de desejo. Sempre que ele queria algo ardentemente quando criança, seus pais não a proporcionavam. "Eu quero" "não ganha" era o mantra de seus pais. Não é de admirar que ele evite formular objetivos.

Os objetivos fazem parte dos relacionamentos, primeiro como uma forma de deixar claro aquilo que você quer como indivíduo, segundo para deixar claro aquilo que vocês desejam como casal, e terceiro como uma forma de resolver problemas quando estabelecer um objetivo é apontar a maneira de sair de uma situação ruim. Reconheça que você deseja algo. Depois, seja claro a respeito disso.

O que você deseja de um relacionamento?

Aqui temos algumas diretrizes. A primeira, é certificar-se de que você pensa no modo positivo – o que você quer, e não o que você não quer. Quando perguntamos a uma conhecida o que ela queria de um relacionamento, e ela disse: "Eu não quero ninguém como meu último namorado, vermezinho arrogante que não liga para nada. Não sei o que eu vi nele." Ela tinha bastante clareza sobre o que não queria, mas isso não a ajudava a conseguir o que queria. É claro que ela não escolheu seu último namorado dizendo a si própria: "Aqui está um vermezinho arrogante que parece não ligar nada. Vou sair com ele e passar umas horas desagradáveis. Eu tenho me divertido muito ultimamente." A menos que ela seja clara sobre o que deseja, ela pode encontrar outro parceiro igualmente inadequado, mas de maneira diferente. Isso é o que acontece quando alguém pula para outro parceiro como reação emocional. Escolhe alguém que está o mais longe possível de seu último parceiro. Infelizmente, ele traz consigo todos os vícios opostos da última relação. Quando se busca um parceiro movido por uma reação emocional, fica-se sujeito a uma variedade de vícios, sem sequer chegar perto daquilo que realmente se busca. Portanto, assegure-se de pensar sobre aquilo que quer realizar, não sobre o que você quer evitar. Provavelmente, existem muito mais parceiros inadequados no mundo do que adequados, e especificar em detalhes tudo aquilo que você não quer levaria um tempo infinito. A vida é muito curta para procurar uma boa relação através do processo de tentativas e erros. Portanto, se você se flagrar descrevendo o tipo de relacionamento que não quer, pergunte a si mesmo: "Se eu não quero isso, o que quero, ao invés?" Ou, "Para não fazer esse erro novamente, o que devo fazer?"

Pensar positivamente nada tem a ver com o otimismo de Poliana, embora o otimismo seja tão realista quanto o pessimismo. Não tendo ainda formado o futuro, é melhor pensar sobre o que pode dar certo do que sobre o que pode dar errado. Nossa tendência é de alcançar aquilo que pensamos. Você é dirigido para, e muitas vezes obtém, aquilo que você pensa. Pergunte a qualquer jogador de tênis o que acontece se ele disser a si mesmo, num momento crucial: "Eu não posso acertar na rede". O que ele está pensando? Em acertar na rede. Que imagem está em sua mente? A bola batendo na rede. E o que geralmente acontece? O cérebro esquece o "não" e ouve apenas "bater... rede" e aí aciona a falta de habilidade, mas não é a habilidade que está errada, e sim a maneira de pensar. Nós estamos à mercê de uma corrente de negativas desde nossa mais tenra idade. "Não faça isso..." "Não faça aquilo..." "Não toque ..." Existem pesquisas que mostram que nas culturas da Europa Oriental, uma criança ouve nove comandos negativos para cada um positivo. Portanto, crescemos adeptos de saber o que não fazer, mas às vezes em prejuízo do que devemos fazer. Isso também significa que a voz do condicionamento é formada principalmente de negativas, razão pela qual podemos estar indevidamente constringidos. Nós não somos ensinados a ser bons cidadãos, mas sim a não ser maus cidadãos.

A segunda pergunta a fazer sobre seu objetivo é "Como vou saber que estou conseguindo o que quero?" Evidência positiva é melhor.

Poderá não haver qualquer evidência final de que você tem o relacionamento de seus sonhos, porque tanto você como seu parceiro mudam, e vocês devem manter-se trabalhando sobre o relacionamento. A cada dia, vocês devem criar a relação que desejam, construindo sobre aquilo que já têm. Um bom relacionamento é criado, e a gente não cai nele da mesma maneira que cai no sono. Mas haverá alguns sinais no caminho que lhe informarão se você está indo na direção certa.

Alguns exemplos de evidência positiva:
"Eu me sinto ótimo quando estou com eles, eles prestam atenção e ouvem o que digo."
"Eles têm cuidado com sua própria aparência."
"Eles são amantes fantásticos."
Você também poderá ter algumas evidências negativas:

Por exemplo, "Eu não vou ficar ao redor do telefone a noite toda, esperando que liguem, quando prometem fazê-lo."
"Eu não estou disposto a pagar todas as refeições.
"Eu não terei que pedir desculpas por ele aos meus amigos."

Depois, você precisa pensar nas qualidades que você tem, e que ajudarão a obter o relacionamento que você quer. Você tem dinheiro suficiente para ir aos lugares que deseja?

Você tem um vasto círculo de amigos?
Você tem algum modelo de atuação?
Talvez você tenha alguns amigos que sejam bem sucedidos na forma como você quer ser.

Como é que eles fazem?

Não estamos falando sobre copiar os outros. Pode haver pequenas ações que eles fazem, que você pode copiar, mas geralmente o sucesso dos relacionamentos é mais sobre o tipo de qualidades que você tem e suas crenças sobre si mesmo, o mundo, e o sexo oposto. Já analisamos crenças e valores em detalhes. Existe uma estranha crença, muito comum entre os homens. Pedir auxílio, ou até mesmo admitir que precisa de auxílio ou orientação para formar um bom relacionamento é sinal de fracasso. Existem homens que preferem ser arrastados nus pelo caminho, do que admitir que não são verdadeiros presentes de Deus para as mulheres, e não sabem tudo a respeito de encontros e do jogo do relacionamento. Preferem ler a Playboy do que livros de autoajuda sobre relacionamentos.

Do livro: NLP and Relationships - Joseph O'Connor and Robin Prior,
Agora já traduzido: Descomplique a Relação - Joseph O'Connor and Robin Prior

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